MARATONA CRIATIVA 1901 | CLUBE CURITIBANO (2021)

CONCURSO: MARATONA CRIATIVA 1901 | CLUBE CURITIBANO

O Clube Curitibano se insere em um contexto de espaço público/privado, localizado no bairro Água Verde, região nobre de Curitiba. O projeto inclui três áreas: restaurante, salão e lounge. Por se tratar de uma intervenção em um edifício já consolidado, o projeto tem como premissa principal a não demolição, intervindo o mínimo possível na arquitetura existente. Com a fachada toda em vidro voltada para as quadras de tênis, foi possível proporcionar uma experiência de permeabilidade entre os ambientes interno e externo. Os tons de verde da vegetação e o laranja vibrante da quadra sugeriram uma paleta de cores que permitisse essa integração entre o dentro e o fora. O desafio do projeto foi criar espaços acolhedores e versáteis que contemplassem as necessidades dos usuários, reformulando suas áreas ociosas a partir de um mobiliário flexível e ambientes mais permeáveis requalificando a espacialidade de um dos maiores clubes da América Latina.

Tendo em vista a necessidade de propor um local apropriado e confortável para o happy hour dos usuários, surgiu a ideia de revitalizar a área da forneria criando o Bar dos Tenistas. Ademais, a pureza dos materiais também serviu de partido na escolha dos revestimentos utilizados. O piso, com papel importante na função de integração, foi solucionado a partir do proveito do material existente: o concreto, que trabalhado, apresenta o aspecto de um granilite mais rústico.

A área do salão de eventos foi voltada para atrair o público jovem, com a proposta de transformá-lo em um ambiente multiuso a partir de um mobiliário pontual. Toda a extensão do forro de gesso existente foi retirada, com exceção das áreas molhadas e seus acessos, fazendo com que a laje nervurada ficasse aparente. Por se tratar de um pé direito diminuto, mesmo com a retirada do forro, foi proposta a pintura do teto com uma tinta na cor off white, criando assim a sensação de um pé direito maior. Nesse espaço, a intenção foi gerar uma perspectiva em que o balcão do bar fosse o ponto focal, e para isso, ele foi revestido com um material metálico acobreado. Finalizando a composição, foram utilizados móveis com caráter industrial e luminárias de pedras de ônix iluminadas, remetendo ao material utilizado no balcão. Os puffs amarelos geram contraste com o piso em concreto polido, que se repete nesse ambiente, junto ao tom caramelo dos sofás, que em contraposição aos elementos cimentícios, proporcionam aquecimento visual e tátil.

As características das duas primeiras áreas se repetem no último ambiente - o lounge -, com exceção ao piso em cimento, respeitando a intervenção já existente no local. Neste, foi levado em consideração a necessidade de haver espaços mais dinâmicos, que possam ser utilizados para coworking, exposições, eventos diversos, feiras, bem como a integração do público infantil a partir de elementos lúdicos. Sendo assim, há uma região de bancadas, sofás e bancos orgânicos, com finalidade de usos mistos e simultâneos. Além disso, foram propostos dois quiosques, que podem servir de apoio a eventuais acontecimentos, como pré-venda de um determinado produto ou mesmo um café. Estes quiosques também servem de transição multiuso para um espaço mais abstrato, onde o mobiliário pode servir de apoio à exposições, sem que haja a necessidade de retirá-lo. Por fim, existem bancadas que emolduram a parede verde existente, composta pelas inúmeras árvores na lateral do prédio.